PAVIO CURTO
- Sérgio Sousa
- 6 de set. de 2021
- 1 min de leitura
Qualquer semelhança...

Deixei flores no portão, o caminhão de lixo percebeu
E deu uma de morto, torcendo para que a dona veja,
Esteja menos dura e raivosa, rosa é arma de guerra.
O lençol virou bandeira de paz, papagaio leva e traz,
Repetiu o último xingamento, arrependimento bateu,
Rompeu as divisas do orgulho, do entulho, já é amor.
Que bom que inventaram emojis e mensageria, daria
Trabalho tentar explicar e dar a cara a tapa, a chapa
Estava esquentando, fritando sem dó e sem piedade.
Ela se deu conta de quem é a ponta do estopim, sim,
Quando o sangue ferve, sempre perde a visão, razão
E salve-se quem puder, sem colher de chá e refresco.
Resolveu comprar pão e apressada arranhou a perna
Em espinhos deixados no portão, xingou um montão,
Jogou pedra no lixeiro, viu o cartão e riu de si mesma.
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