CANCELAMENTO
- Sérgio Sousa
- 22 de jul. de 2021
- 1 min de leitura
Nesta onda de celebridades virtuais que se constroem e destroem com uma simples frase, gesto ou vídeo, um convite para um pouco mais de essência e amores verdadeiros. Que tal? Estou curtindo este mês de férias e aproveitando para estudar o mercado dos livros, procurando me esquivar dos convites para resultados fáceis em troca de atitudes discutíveis. Poesia para quem gosta de poesia, conteúdo para quem gosta de conteúdo!

CANCELAMENTO
Ela é esperta, me desconcerta com um simples olhar, pode julgar,
Me chamar de ingênuo ou tolo, achar que é dolo o que julgo amor,
Seja o que for é meu por escolha, coube nesta folha e no coração
De um valentão, pobre criança, cuja a esperança carrega consigo.
Não ligo para comentários, intermediários traçando conspirações,
Vamos de leões a gatinhos numa fração de segundos, há mundos
Tão distintos entre o que vivemos e idealizamos, tanto recusamos,
Que acabamos exilados, julgados à revelia, covardia, cancelados.
Somos usados, descartados em nome da audiência, da violência,
Enquanto apenas sonhávamos acordados, entrelaçados e felizes,
Sem diretrizes por conveniência, sem aderência a padrões atuais,
Leais a nós mesmos e a ninguém mais, excêntricos, mas, normais.
Somos os tais invisíveis nas comunidades virtuais, os desprezíveis
E nada interessantes seres com essência, decência e uns amigos
Que dividem uma pizza como se fosse um banquete, um ramalhete
Como se fosse um jardim, sem saber o fim das novas celebridades.
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